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Colonização
A história de Santa Terezinha de Itaipu confunde-se com a de muitas outras cidades da região Oeste do Paraná, pela forma de colonização. Durante o ciclo da erva-mate e da madeira, onde hoje se encontra a sede do Município de Santa Terezinha de Itaipu, havia uma mata densa e compacta, rica em madeira de alto valor comercial.

No início do século XX, foram feitas algumas concessões para a exploração da erva-mate, a atual área do município fazia parte destas concessões, as quais posteriormente voltaram a incorporar-se ao Patrimônio da União. A extração da erva-mate tornou-se comercialmente impraticável em função das normas adotadas, fazendo com que toda a região Oeste paranaense fosse interrompida em sua expansão. A maior fonte geradora de renda desta região era a extração da erva-mate, que chegou ao seu final.

Na década de 50, grupos econômicos adquiriram do governo do Paraná glebas de terra na região, com a finalidade de colonização. A Colonizadora Criciúma Ltda., que possuía terras próximas a Foz do Iguaçu, foi um dos grupos que teve maior contribuição para a colonização de Santa Terezinha de Itaipu. Os investidores conseguiam comprar terras a preço muito baixo na região, com o compromisso de transformar as partes de terra devolutas em núcleos habitacionais. As áreas de terra correspondentes ao que é hoje o município de Santa Terezinha de Itaipu estavam divididas em lotes de quarenta alqueires cada um. O pagamento era feito de uma pequena entrada tendo o restante do saldo parcelado.

Nesta época foram erguidas as primeiras construções no povoado. O escritório da colonizadora era improvisado em cima de um caminhão, onde se efetuavam as negociações de terra. Em 1952 foi montado o primeiro acampamento da colonizadora, uma casa de madeira coberta por sapé, ara acomodar pioneiros e funcionários da empresa. Neste mesmo ano também foi construído o Hotel São Pedro, visando os compradores que viriam conhecer a região. No ano seguinte, a colonizadora instalou uma serraria e posteriormente uma olaria, iniciando assim o ciclo da madeira em escala industrial.

Iniciou-se então o êxodo de famílias de Santa Catarina em busca de terras para o cultivo de suas lavouras. Estas famílias almejavam transformar a região Oeste, ainda coberta pela mata virgem, em cafezais, a exemplo da região Norte do estado. Segundo os corretores da época, seria realizado um tipo de plantação e cultivo de café chamado “sombreado”, uma nova espécie que havia sido inventada para facilitar nas transações de terra. Um dos argumentos usados nas negociações era que o tipo de solo seria semelhante ao do Norte do Paraná e o clima favorável a este tipo de plantio. Havia, porém a necessidade da derrubada das matas. A madeira garantiria o investimento aplicado nos cafezais. Isto de fato aconteceu, mas a plantação do café sombreado não obteve sucesso em virtude do clima da região. Em julho de 1953 caiu sobre a região uma geada muito forte, a qual destruiu os cafezais e o sonho dos colonos que haviam investido no plantio do café sombreado. Mas a terra era fértil e constatou-se a viabilidade do cultivo de outras culturas como milho, feijão, hortelã e, posteriormente, soja.

Santa Terezinha progrediu significativamente no ano de 1953. A movimentação comercial começava a crescer, com alguns estabelecimentos no ramo de secos e molhados e de materiais de construção, que atendiam as necessidades mais urgentes da pequena vila. Com a abertura da Rodovia BR-35, hoje BR-277, que ligava Cascavel à Foz do Iguaçu, começavam a circular os primeiros veículos, inclusive o automóvel da Colonizadora Criciúma, que trazia os compradores da companhia.

Em 1955 foi construída a primeira casa de alvenaria, o primeiro posto de gasolina e a primeira igreja católica da comunidade, batizada em homenagem à Santa Teresinha. Quatro anos mais tarde, a Câmara Municipal de Foz do Iguaçu decretou a criação do Distrito Administrativo de Santa Terezinha, com a delimitação da planta colonizadora. A Lei nº. 230, da criação do distrito, foi publicada no Diário Oficial do Estado do Paraná nº. 212, de 19 de novembro de 1959, página 10.

Em 1959, José Miliolli foi nomeado primeiro subprefeito de Santa Terezinha ficando até 1961, ano que Olívio Buzanello foi nomeado permanecendo até 1964. Ataíde Frasson ocupou interinamente a função em 1964, quando Olívio Buzanello desincompatibilizou-se, para concorrer à Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. Na sequência o Sr. Domingos Zanette permaneceu sob o comando no período de 1965 a 1975; e, novamente de 1975 a 1982, Olívio Buzanello voltou a comandar o até então, distrito. Ainda em 1982 o Sr. Dorival Gonguiller assumiu o cargo interinamente no ato de descompatibilização de Buzanello para concorrer à Câmara do novo município de Santa Terezinha de Itaipu, recém emancipado.

Emancipação
Em meados de 1981, a população do distrito era de 11.137 habitantes, sendo 7.792 da área urbana e 3.745 da área rural. Santa Terezinha possuía vida própria e condições territoriais para se tornar um município. Nesta época foram criadas comissões, com o objetivo de recolher assinaturas e levantar a documentação necessária para dar início ao processo de emancipação. Com a parte burocrática já resolvida, o número oficial de habitantes e de residências, a arrecadação suficiente para independência econômica, o número de eleitores e o mapa oficial do distrito, a comissão pró-emancipação e uma comitiva popular foram a Curitiba entregar o projeto ao governador do estado Ney Braga. Santa Terezinha era na época o maior distrito do Brasil, tanto em população como em arrecadação. Em 20 de dezembro de 1981 foi realizada uma consulta plebiscitária para a emancipação do Distrito Judiciário de Santa Terezinha, tendo como resultado 95% de votos favoráveis. Em 03 de maio de 1982 foi sancionado pelo governador Ney Braga a Lei nº. 7.572, a qual criava o Município de Santa Terezinha.

O projeto de emancipação obteve êxito, pois Santa Terezinha possuía todos os requisitos para se tornar independente, tanto por sua localização, condições geográficas, políticas e demográficas. O novo município abrange as seguintes vilas: Vila Vitorassi, Aparecidinha, São José, Bergamasco, São João do Canavial, Três Fazendas, Dois Lapachos, Apepu Grande e Barro Branco.

A Santa Terezinha acrescida de “Itaipu” - O nome do município foi alterado para Santa Terezinha de Itaipu, pois já existiam na Bahia e no Ceará outros dois municípios com o nome de Santa Terezinha. Foi acrescida “Itaipu” devido à construção da barragem no Rio Paraná, no município de Foz do Iguaçu, a Itaipu Binacional.

Com a elevação de distrito a município, Santa Terezinha teve suas primeiras eleições municipais em 1982, assumindo o cargo de primeiro prefeito municipal a senhora Lenir dos Reis Spada.

Fundação
Fundado em 03 de maio de 1982, conforme Lei Estadual nº. 7.572, pelo desmembramento de Foz do Iguaçu, do qual era distrito.
 
Etnia
A colonização do município deu-se através de migrações provenientes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Norte do Paraná. Posteriormente, instalou-se também na sede do município população remanescente da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, de origem nordestina e mineira. O meio rural é composto basicamente por descendentes de italianos e alemães. Em menor escala, encontramos também descendentes de poloneses, ucranianos, portugueses e negros.

(Página Atualizada em 28/02/2020 às 14:34)